Quando
eu olho pra trás, nunca consigo me lembrar ao certo de quando comecei a
escrever meus livros, qual foi a motivação para fazer deslanchar uma trama
específica, o que me chamou a atenção para tocar em determinado tema... Coisas
assim.
Gostaria
muito de ser como aqueles escritores que têm essas respostas na ponta da
língua. Mas não as tenho.
Acho
que por isso mesmo resolvi, enquanto a memória está recente, contar um pouco da
experiência com a criação da minha nova trama de suspense, ANTINATURAL, o lado
mais escuro da obsessão.
E
talvez somente esse tenha elementos, características, motivações e momentos
pelos quais eu estava passando no ato da criação. Não que eu seja o personagem
Kévin Eloha, por favor! Não sou um best seller, não fiquei rico com a
literatura, não tenho uma legião de seguidores e bajuladores, e nem mesmo
tendências à depressão motivadas pela passagem do tempo e pelo processo de
envelhecimento do corpo. Beleza física e clássica então... (muitos risos!)
Porém,
obviamente, aos 43 anos de idade, um ano menos que o Kévin, um pouco de
questionamento e reflexão sobre o tema maturidade apareceu, até mesmo para me
ajudar a mudar de fase com dignidade, compreensão e orgulho por tudo que já
havia experimentado e pelo que ainda tenho a contribuir. Então, talvez daí
tenha surgido o personagem bem mais acentuado, insatisfeito com a vida,
trancado dentro do seu apartamento, não querendo comparecer a um lançamento do
seu próprio livro, com medo das pessoas que não o viam há dois anos notarem
suas mudanças físicas, mesmo usando e abusando de todos os recursos estéticos
para se manter mais jovem, como segundo ele exige a sociedade para caracterizar
até quando segue o sucesso de cada um.
Depois
disso, foi pura criação. O personagem Kévin conhece seu mentor Dorian, que vai
mostrar a ele ser possível parar o tempo e se manter eternamente jovem,
desfrutando todos os prazeres da vida com a qualidade necessária. Dorian pode
bem ser uma pessoa de carne e osso, que descobriu poderes mágicos para isso,
como pode ser uma criatura sobrenatural ou mesmo uma projeção da mente
atormentada e doentia de Kévin, que faria qualquer coisa para conseguir seu
objetivo. Mesmo porque, ao longo da trama, Dorian somente se manifesta para o
insatisfeito Kévin, deixando para o final da história essa revelação.
MATAR!
Matar tudo que considera pernicioso ao seu redor, usando o sangue dessas
pessoas em um ritual sexual para garantir a transmissão da vitalidade. Esse é o
segredo revelado por Dorian.
Nesse
ponto entra em cena o sociopata Kévin, adepto da sociedade narcisista e sem
nenhuma sensibilidade real para os problemas ao seu redor. O banho de sangue
macabro está marcado para acontecer. De prostitutas e gigolôs ou amantes
infiéis, passando por anencéfalos playboyzinhos de academia, e até políticos
corruptos, todos viram presas fáceis para a sede de sangue e juventude de
Kévin. Sempre justificando para si mesmo os assassinatos cometidos como forma
de contribuir para uma sociedade melhor e livre do que para ele são apenas
ervas daninhas.
Kévin
se torna, além de assassino egocêntrico, um juiz de almas.
Se os
tais “procedimentos estéticos” funcionam ou não, você pode conferir no meu
livro. Os exemplares impressos estão disponíveis para a venda no site/livraria
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E se
você já leu e gostou, aproveite o Natal para presentear seus amigos e
familiares com livros. Você estará fazendo um grande elogio à capacidade do seu
amigo, e livros são também um elegante presente. Além disso, estará
contribuindo para divulgar o trabalho dos autores brasileiros, tão sem fôlego
ultimamente e com um futuro não muito promissor no horizonte desse país, onde
cultura e literatura são tão pouco valorizados.
Enfim,
fica aqui registrado, em poucas palavras, como se originou Antinatural. Peço
desculpas por me usar como tema de uma matéria própria, mas, como disse, o
momento não é nem um pouco inspirador. Porém seguimos acreditando em dias
melhores, e por isso continuamos. Até o próximo domingo.
Muito
obrigado!
Christian
Petrizi
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