The
Haunting of Hill House (A Assombração da Casa da Colina - BR) 1959
“Nenhum
indivíduo vivo pode existir com sanidade por longo tempo em condições de
realidade absoluta; até as cotovias e os gafanhotos, pelo que alguns dizem,
sonham.” – Shirley Jackson nas primeiras linhas de seu mais importante livro.
Quando
a Netflix resolveu lançar o seriado A
Maldição da Residência Hill, baseado no livro de Shirley Jackson de 1959, além
de alcançar grande sucesso com seu público, conseguiu também jogar holofotes
sobre o nome da escritora norte-americana de suspense e terror, que, se não
andava no ostracismo, ao menos não recebia a devida atenção que sempre mereceu.
Citada por grandes nomes das artes, como Stephen King e Steven Spielberg, como
referência no gênero terror sobrenatural, ao longo de duas décadas Jackson
escreveu grandes obras consideradas seminais, que influenciaram esses e outros
grandes escritores e diretores de cinema.
A
verdade é que a escritora era uma avessa a entrevistas, mesmo quando eram para
divulgar seus livros, e muito menos gostava de opinar sobre outras questões,
mantendo-se reclusa por toda sua curta vida (morreu aos 48 anos). Ela julgava
que seus livros eram claros o suficiente para falar por ela sobre as questões
de sua época, onde a Guerra Fria entre Capitalismo e Socialismo influenciavam
muito suas criações e de outros escritores.
The
Haunting of Hill House foi seu quinto livro, considerado pela crítica um dos
maiores romances de horror do Século XX. A história gira em torno de um grupo
heterogêneo de pessoas que se reúne sob o controle de um psicólogo, e
participam de um estudo paranormal em uma mansão supostamente mal-assombrada,
intercalando na trama fenômenos sobrenaturais com psicologia. Daí fica claro
que a série produzida pela Netflix fugiu muito da história original, mantendo
apenas os panos de fundo da trama do livro, fazendo circular por eles os novos
personagens, membros de uma mesma família que viveu na tal mansão.
Mais
fiéis à trama original do livro são os filmes para o cinema. O mais cultuado
deles, Desafio do Além de 1963, do diretor Robert Wise, foi muito bem recebido
pela crítica e pelo público da época, tornando-se hoje um cult movie presente
em todas as listas sobre os mais importantes filmes de terror. Nesse clássico,
o diretor Robert Wise teve a grande sacada de perceber que a história era muito
mais que uma trama de assombração, tendo o colapso mental dos fantasmas da casa
como ponto forte para o roteiro. Aliás, esse é um ponto em que também a série
da Netflix acerta, mesmo com outros personagens.
O
filme foi rodado na Inglaterra, pela MGM British Studios, tendo a Ettington
Hall (hoje um hotel) como cenário externo. Claire Bloom ao interpretar a
lésbica Teodora, representou para o filme dos anos 60 o toque de ousadia que
faltava, mesmo que esse tema tenha sido tratado de modo mais sutil que no livro
de Shirley Jackson. Se quiser conferir esse clássico, é só clicar no link
abaixo para ser direcionado ao Blog Clássicos Sombrios, onde pode assistir
online.
Para assistir ao clássico de 1963, clique aqui!
Esse filme teve um remake em 1999, inicialmente trabalhado pelo diretor Wes Craven, que o abandonou no início, deixando para Jan de Bont a tarefa de dirigir o longa. Estrelado por Lian Neeson e Catherine Zeta-Jones, foi duramente criticado pelo excesso de efeitos especiais. Porém, se quiser conferir o trabalho, o link abaixo do mesmo blog também traz o filme online. Para mim, o excesso só acontece no final, sendo mais de 80% da obra bastante respeitosa quanto ao filme original.
Vale
ler o livro de Shirley Jackson, vale assistir o filme de Robert Wise. Um
domingo chuvoso de dezembro favorece a atmosfera de terror sobrenatural e
psicológico criado pela escritora.
O
livro A Assombração da Casa da Colina está à venda nos principais sites de livrarias
online. Também está disponível para baixar gratuitamente ou para ler online
(domínio público), para os que curtem o formato e-book. Basta clicar neste link
abaixo e escolher o melhor formato:
Abraços!
Christian Petrizi
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