São muitas as definições que
existem para explicar a importância da música na vida de cada um de nós. Oscar
Wild dizia que “música é o tipo de arte mais perfeita: nunca revela seu último
segredo.” Já para Nietzsche “a música oferece às paixões o meio de obter prazer
delas.” Eu, particularmente, não entendo quem não gosta de música, quem não tem
um sonzinho em casa para construir a trilha sonora dos momentos mais marcantes
de suas vidas.
E é por essa característica, pela
música sempre estar associada a cada episódio importante que acontece ao nosso
redor e que nos envolve, que surgem brincadeiras ou desafios em redes sociais, do
tipo “Mostre as 10 capas de álbuns que marcaram e ajudaram a formar o seu gosto
musical”.
Foi o que aconteceu comigo, lá no
Facebook: fui desafiado! Brincadeira, né! Pedir para alguém que adora música
postar apenas 10 capas? Mas tudo bem, desafio recebido vou postar aqui as
capas. Porém seguindo um critério mais específico, para conseguir chegar ao
número 10.
Não serão necessariamente os
melhores álbuns do mundo, os melhores cantores ou cantoras, nem de longe todos
os que marcaram minha vida. Serão os que lá nos primórdios apareceram e foram
formando o meu gosto musical. Então, sem julgamentos de espécie alguma, vamos
lá:
1)Em 1979 aconteceu uma enchente
lá em Minas Gerais, na minha cidade, e, quando as águas baixaram, esses dois
LPs que formam a coletânea A ARTE DE GAL COSTA estavam agarrados numa
laranjeira do meu quintal, um deles com aquele furinho do meio enganchado num
espinho da tal árvore. Foi meu primeiro contato mágico com a MPB!
2)A mesma enchente deixou por lá
boiando a Rainha das Discotecas, DONNA SUMMER ON THE RADIO. Eu nem sabia que
estava rolando a Era das Discotecas, mas dancei muito com esses LPs tocando na
minha vitrolinha. Last Dance é um hit eterno!
3)O pop rebolativo nacional tão
em moda e ainda divertido começou com ela, GRETCHEN, e esse LONELY foi um dos
primeiros que eu pedi aos meus pais que comprassem para mim. Não fosse tão
marcante, não tocaria Freak le Bumbum até hoje, não chamaria a atenção de pop
stars mundiais como Kate Perry entre outros.
4)Curioso: só depois de álbuns
adultos eu passei a gostar de música para criança. Entre as trilhas sonoras de
especiais infantis, destaco PLUNCT PLACT ZUUUM como um dos mais marcantes. Era
época em que levavam criança a sério, e ofereciam Raul Seixas, Maria Bethânia,
Fafá, em versões para a molecada.
5)Ainda na fase criança, essa
trilha de novela me encantou. Trilhas de folhetins também fizeram parte das
nossas histórias nos anos 70, 80 e 90. ESTÚPIDO CUPIDO, a novela, se passava
nos anos 50, com suas músicas bem simples e ingênuas. Celi Campelo se destaca
em versões nacionais de rock and roll americano. Tomamos muito Banho de Lua
flechados pelo Estúpido Cupido. Em seguida Meu Mundo Caiu e entrei na
adolescência.
6)Depois de alguns anos
emburrado, comecei a definir meus gostos, inclusive o musical. Eu me lembro de
prestar atenção ao KID ABELHA somente no final dos anos 80 com esse GREATEST
HITS maravilhoso da banda. O pop rock entrou de vez na minha vida com esse
álbum. Só depois chegou Rita Lee, a Gigante!
7)DONNA SUMMER voltou com força,
trazendo a dance músic definitivamente para minha vida. Breakaway virou hit
marcante na minha história de estudante em Juiz de Fora, e me acompanha até
hoje. Conheci as boates com essa música!
8)Para mim, o equivalente
nacional de Rainha das Pistas, de qualidade excepcional, é FERNANDA ABREU. Seu
primeiro disco, SLA RADICAL DANCE DISCO CLUB, me fez virar fã eterno da
cantora. Tenho todos os seus trabalhos.
9)ANGELA RO RO AO VIVO! Um CD que
embalou minha primeira paixão com Amor Meu Grande Amor, e me ajudou a mergulhar
na Fogueira da fossa com Kamikases e Simples Carinho. MPB na veia.
OBS) Aqui abro um parêntese para
JORGE DREXLER – SEA. Um amigo me apresentou esse álbum, e coincidentemente Ney
Matogrosso cantou Sea num de seus shows que assisti. A música me impressionou.
Depois de conhecer a carreira do cantor uruguaio de fama internacional, e
encontrar um paralelo sem igual com a nossa MPB na obra do artista, mesclado ao
pop e aos ritmos latinos, me tornei fã do Jorge. Para mim, o melhor cantautor
latino e um dos maiores do mundo.
10)Obviamente o samba deveria
marcar presença. Porém eu descobri o ritmo tardiamente. Só quando fui morar no
Rio de Janeiro. O primeiro CD que me chamou a atenção foi essa homenagem
póstuma a JOVELINA PÉROLA NEGRA, DUETOS. Também, a partir daí, não parei mais.
Veio Diogo, Beth, Alcione, Zeca, e tantos outros maravilhosos.
É isso! Estão faltando nessa
lista muitos álbuns importantes, muitos cantores e bandas bacanas. Mas ao menos
consegui ilustrar os desbravadores da minha cachola, que me fizeram voar bem
alto ao som de grandes canções. Um novo mundo foi descoberto a partir desses
discos clássicos, e por isso a importância de cada um deles na minha vida.
Christian Petrizi